Encontro de juízes e escrivães avalia novo modelo de gestão

Um ano após implantação, profissionais do TJMG trocam experiências

Fonte: http://www.tjmg.jus.br/portal-tjmg/noticias/encontro-de-juizes-e-escrivaes-avalia-novo-modelo-de-gestao.htm#.XeaXS-hKiUn

Juízes e escrivães, num total de 80, participaram, na manhã de hoje, 24 de maio, do encontro “365 Dias de Gestão Judicial Aplicada: colhendo os frutos do novo modelo” realizado pela Escola Judicial Desembargador Edésio Fernandes (Ejef) do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG). Veja fotos no Flickr.

Passado um ano de gestão judicial aplicada, o objetivo do encontro foi promover uma troca de experiências entre os profissionais das unidades judiciárias que implantaram a metodologia na 2ª Região Administrativa da Corregedoria-Geral de Justiça (CGJ). O encontro, que aconteceu em forma de entrevista, foi uma oportunidade de analisar comparativamente o desdobramento do planejamento estratégico nas unidades judiciárias, nos termos da Resolução 827/2016 do TJMG.

O superintendente da Ejef frisou os resultados alcançados

Os profissionais que participaram do encontro integraram a 1ª Turma do Curso Administração Judicial Aplicada, na modalidade a distância, e o Curso Implantação do Modelo de Gestão Judicial, voltado para os juízes de Direito.

O 2º vice-presidente do TJMG e superintendente da Ejef, desembargador Wagner Wilson Ferreira, agradeceu às equipes que implantaram o novo modelo de gestão judicial e disse esperar que a experiência inspire outras unidades judiciárias. “Após um intenso e comprometido trabalho de todos os envolvidos, é hora de colhermos os frutos. Frutos que terão como principal destinatária a sociedade, carente de uma justiça célere e eficiente”, afirmou o magistrado.

“Reformulação do atendimento no balcão, implantação do ‘processômetro’ – medida que representa transparência e prestação dos atos públicos – , racionalização das diligências da secretaria, melhoria na organização e localização dos processos foram algumas das medidas adotadas, durante a iniciativa, que possibilitaram a redução do acervo e a maior qualidade do trabalho desenvolvido”, mencionou o magistrado.

Resultados 

O modelo do encontro também foi inovador: o juiz Rafael Niepce Verona Pimentel mediou uma conversa entre os magistrados que implantaram o modelo de gestão judicial em suas unidades judiciárias – as juízas Lilian Maciel Santos (2ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo Horizonte), Lívia Lúcia Oliveira Borba (2ª Vara Criminal e da Infância e da Juventude de Ribeirão das Neves), Maria Isabel Fleck (1ª Vara Criminal de Belo Horizonte) e o juiz Mateus Bicalho de Melo Chavinho (5ª Vara Cível de Contagem).

Os magistrados descreveram a situação inicial de suas varas, há 365 dias, e contaram como foi o processo de implantação e os resultados que alcançaram. Todos foram unânimes em dizer que houve uma diminuição do acervo processual e o aumento da satisfação das equipes envolvidas, tanto dos gabinetes como das secretarias, pelo fato de as pessoas se sentirem valorizadas e motivadas por um trabalho que tem dado ótimos resultados.

Também salientaram ganhos como a melhora da comunicação do magistrado com a equipe, com mais empatia nas interações, a possibilidade de cada unidade atuar como multiplicadora do conhecimento adquirido coletivamente, a mudança de mentalidade com a progressiva abertura à necessidade de rever práticas e a organização. 

A juíza Juliana Miranda Pagano, do Juizado Especial de Santa Luzia, e o juiz Carlos Márcio de Souza, da 4ª Vara Cível de Betim, também foram chamados para falarem das experiência exitosas de suas unidades judiciárias.

Ao final, o desembargador Wagner Wilson entregou o certificado de mérito para as unidades judiciárias que mais se destacaram na implantação do modelo de gestão: 5ª Vara Cível de Betim, sob a responsabilidade do juiz Robert Lopes de Almeida; 3ª Vara Cível de Uberlândia, da juíza Edinamar Aparecida da Silva Costa; e Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Sete Lagoas, da juíza Wstânia Barbosa Gonçalves.

Além das juízas auxiliares Lisandre Borges da Costa Figueira e Simone Saraiva de Abreu Abras, da 2ª Vice-Presidência e da Corregedoria, a diretora de Desenvolvimento de Pessoas (Dirdep) da Ejef, Ana Paula Prosdocimi,  as servidoras Thelma Regina Cardoso e Lorena Assunção Belleza Colares, respectivamente gerente e coordenadora de Formação Permanente da Ejef, estiveram presentes os instrutores dos cursos e consultores durante a implantação do modelo de gestão judicial, o juiz federal Carlos Henrique Borlido e o consultor Luís Antônio Capanema Pedrosa.

Curso

A implantação do Modelo de Gestão Judicial começou em fevereiro de 2017, em seis unidades judiciárias, buscando investir na formação gerencial de magistrados e servidores. A ação integrou o Programa de Desenvolvimento Gerencial (PDG). Posteriormente, a capacitação foi ofertada na modalidade à distância, com videoaulas e tutoria dos participantes da primeira turma, voltada para a administração das unidades judiciárias e para a organização eficaz das estruturas e processos de trabalho.

Segundo Luís Pedrosa, os resultados alcançados pelos participantes da primeira turma de multiplicadores foram significativos e ensejaram a expansão do curso prático em EAD atingindo 427 magistrados e escrivães em 237 varas e 71 comarcas. O estudioso aplicou uma pesquisa aos participantes, pedindo que eles se manifestassem sobre condições de trabalho, clima entre servidores, comunicação interna, integração entre gabinete e secretaria e satisfação da equipe com o trabalho.

“Entre 70% e 80% dos respondentes perceberam melhoria significativa ou moderada, entre 10% e 20% dos respondentes acham que a situação foi mantida como antes e apenas um respondente assinalou alguma piora das condições”, afirmou.

De acordo com o pesquisador, os números corroboram o entusiasmo dos participantes na experiência: nas varas capacitadas remotamente, houve redução de 97.306 processos no período. Contrapondo-se aos 671.370 processos que ingressaram no TJMG, foram baixados 768.616 feitos, ou seja, média de 11.449 ações baixadas para cada 10 mil distribuídas. 

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